Este
trabalho tem como objeto de estudo o Território do Sisal. Localizado no
semiárido da Bahia, o Território do Sisal abrange vinte municípios: Araci,
Barrocas, Biritinga, Candeal, Cansanção, Conceição do Coité, Ichu, Itiúba,
Lamarão, Monte Santo, Queimadas, Retirolândia, São Domingos, Quijingue,
Nordestina, Santaluz, Serrinha, Teofilândia, Tucano e Valente. No Território do
Sisal, desde 1960, a
sociedade civil se organizou e promulgou diversas experiências de sucesso. Além
do mais, o Território do Sisal foi constituído a partir da indução das recentes
políticas de desenvolvimento territorial. Mas, após 10 anos da adoção do
enfoque territorial, o Território do Sisal continua com pobreza, exclusão
social e baixo dinamismo econômico. Por que, apesar da forte atuação dos atores
sociais e de instituições locais (ou sociedade civil organizada) e de sua
eleição como território de políticas públicas, o Território do Sisal continua
apresentando alguns dos piores indicadores econômicos e sociais da Bahia e do
Brasil? Para responder a tal pergunta, este trabalho tem como objetivo geral
analisar como a sociedade civil, no Território do Sisal, organizou-se e foi
capaz de estabelecer experiências coletivas, e compreender por que, apesar disso,
o território continua apresentando alguns dos piores indicadores
socioeconômicos da Bahia e do Brasil. Usando dados primários e dados
secundários – além da perspectiva do neocorporativismo e do enfoque territorial
– este trabalho revelou que a experiência do Território do Sisal, na Bahia,
ainda tem muito a fazer para atingir um alto nível de desenvolvimento
socioeconômico, sobretudo, porque precisa superar alguns obstáculos, como: a
dependência econômica das prefeituras municipais, o “fenômeno natural da seca”,
a decadência da cadeia produtiva do sisal, a dicotomia entre o urbano (cidade)
e o rural (campo), e os excessivos conflitos “abertos” e “fechados”, que
dificultam a coesão social.
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